sábado, 20 de novembro de 2010

A recriação da AD é um erro.

Pedro Passos Coelho e Paulo Portas vão estar juntos, pela primeira vez, na cerimónia de evocação dos 30 anos sobre o desastre de Camarate, que se realiza no próximo dia 4 de Dezembro, em Lisboa.
A três semanas do evento, e para que não se diga que escrevo em cima do acontecimento, convém esclarecer duas ou três questões: Pedro Passos Coelho não é Sá Carneiro, Paulo Portas não se aproxima nem de perto de Amaro da Costa - uma vez que Freitas do Amaral não serve de termo de comparação, tantas as "voltas" que deu, desde esse tempo - e a reformulação da AD, com base nestes dois dirigentes políticos, estaria, inevitavelmente, condenada ao fracasso. Se por um lado, Passos Coelho poderia conviver no mesmo espaço de Sá Carneiro, estou convicto que Amaro da Costa não quereria ouvir falar de Paulo Portas, muito menos tê-lo por perto. Logo aqui, os princípios fundadores da AD não se poderiam cumprir. Por outro lado, não sei se repararam, mas o Mundo mudou nos últimos trinta trinta anos. Desde a alteração provocada pela queda do Muro de Berlim, até à globalização, passando pela crise económico-financeira dos dois últimos anos, o que coloca novos desafios à política e aos governos.
A recriação da AD, com o objectivo único de criar uma maioria parlamentar de suporte a um governo - com Paulo Portas e Passos Coelho - teria mais dificuldades de sobrevivência do que um governo de maioria do PSD.
Os partidos devem ser claros no que querem e ao que vêm. O PSD, no actual contexto português só pode ter um objectivo ganhar as eleições com maioria absoluta. Caso não lance esse desafio ao eleitorado, e se refugie numa coligação com o PP de Portas, pode ganhar, mas será uma vitória de Pirro.
E, com a certeza de que se o PSD não lançar este desafio de uma maioria para governar o País, o Partido Socialista não hesitará em o fazer.

1 comentário:

  1. Será um erro, essa e qualquer coligação,
    A AD resutou, porque na altura havia Políticos e agora, não sei que designação têm alguns elementos que apenas tentam mostrar (-SE), sem respeito pelos demias, mesmo os que os elegeram.
    Crinças malcriadas a tentarem ser adultas. Sem sucesso, infelizmente, pois ao crescerem, talvez se educassem

    ResponderEliminar