segunda-feira, 4 de outubro de 2010

VIVA A REPÚBLICA







Em vésperas do centenário da República , impõe-se uma reflexão: O que resta do "ser português"? Onde pára a Nação e o espírito nacional? O que fazer para, na senda do poeta, cumprir Portugal?

Perdidas as fronteiras e a moeda, estilhaçado o orgulho português, mesmo quando se afirmava orgulhosamente só, abandonados dum dia para o outro, à sua sorte,  territórios que muitos regaram com sangue, tornados áridos os campos de cultivo, mortas ou agonizantes indústrias outrora fulgurantes, Portugal encontra-se hoje, véspera dos cem anos da Républica, tão refém, desorientado e exangue como então.
Com a enorme agravante de se sentir apático, impotente, cansado, perante a inoperância, a incompetência, a desonestidade, a corrupção dos que o governam.

Não há revolução à vista! Os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, parecem coisa de outrora, de um outro tempo donde só chegam ecos históricos. E porém, nunca esses ideais se fizeram tão imperiosos!

Portugal encontra-se refém duma politica económica externa que não entende, que lhe é imposta e da qual não sabe libertar-se.
Cem anos depois, são gritantes as desigualdades sociais. As chamadas " Sopas dos Pobres" têm agora nova clientela que aumenta dia a dia. A pobreza, que começou por ser envergonhada, torna-se mas evidente a cada dia que passa. O futuro é algo tão distante que não se vislumbra.

Neste centenário republicano é urgente que cada um de nós tome para si os ideais da República e de forma inequívoca conquiste a liberdade de gritar BASTA!
Basta de tanta desigualdade, de tanta mesquinha corrupção. Basta de políticos profissionais cujo único saber é o discurso oco da tribuna.
Ergamos o que resta do orgulho nacional.
Esta é uma Nação com oito séculos! Não a neguemos deixando-a nas mãos de gente sem escrúpulos. Não nos alheemos nem nos demitamos da nossa condição de cidadãos.
E se outrora a revolução foi ao fio da espada e em espingardas mudas de cravos, façamos hoje a revolução pela escrita, pela voz, pelo movimento.
Recuperemos a nossa condição de cidadãos.
Viva a República Portuguesa!

1 comentário:

  1. Estamos de facto em crise. Crise social, de valores e de respeito pelo Pa�s e pela Na�o antes de ser crise econ�mica.

    N�o vejo portanto que a Rep�blica tenha conseguido ao fim de 100 anos trazer essa diferen�a sobre a monarquia. Ao fim e ao cabo a primeira dinastia foi de uma abnega�o e de um esp�rito concretizador nunca igualado pela Rep�blica.

    Sou favor�vel � democracia, essa sim, mon�rquica ou republicana. Quanto à corrupção que vivemos, essa doença verifica-se transversal e afecta todos os regimes políticos.

    ResponderEliminar